terça-feira, 10 de maio de 2011

O Desenjaular Do Dragão

Tremo,
E temo,
Pelo sonho supremo
Que, em nós, dorme.
Sereno.

Um sorriso sublime
Aflora-lhe os lábios.
É renegado pelos cépticos,
Ignorado pelos tolos,
Abraçado pelos sábios.

Sem finais apoteóticos, as provas residem em nós.
Todo o nosso mundo, entrelaçado, com todos os mundos existentes e imaginários.
É livre, a esperança, mas os sonhos, esses, são como presidiários
Destinados a prisão perpétua.
Tentam libertar-se, sem ninguém magoar
Sem nenhuma fúria despertar
Para o seu espaço poderem voltar.

Um reluzir de asas de vidro encandeia os olhos mais fracos.
As borboletas de cristal assinalam a chegada da Luz, da Razão
O conhecimento, que nos dá a mão
Que se revela na história fantástica, e do dragão
Que em planetas pessoais e cantinhos perdidos,
Se escondeu, deixando migalhas da sua presença
E que agora constituem um banquete ao nosso Eu.

Mas quem somos, e por que voltamos sempre à ligação que nos originou?
Sentimo-nos diferentes, pois na nossa infância algo se mostrou.
Algo nos disse sem palavras que seríamos o que ninguém acredita,
O que em muitas mentes suscita,
O desprezo, a ironia, a falta de razão
Mas que noutras desperta a lógica,
O sexto sentido, a compreensão.
A liberdade de um enjaulado dragão.

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