quinta-feira, 29 de abril de 2010

Fluxo da Freya

Veneno, verde e implacável
Que mata, que corrói,
Que paralisa e destrói
Que corre e suga a vida
Prende animais, parte esperanças
Sem barreira que o pare ou divida
Atacando com milhares de lanças.

Buscando um propósito,
A Freya em cada uma das nossas mentes vive
Aparece quando quer, esconde-se quando precisa
Geralmente imune ao veneno perigoso,
Filha de mãe cega e pai maldoso
Tem a alma manchada de sangue e pó.
Com pena, a mantive
Dei-lhe asas para voar
Para que pudesse escapar,
E seja a pé ou a voar
Ela vai além do inexplicável
Do impossível, do intocável
Tímida, mas decidida.
Resolvida.

É Vida.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Fluxo do Céu

Céu azul que me inspiras
Que em mim constróis novos mundos
Liberta os primeiros raios do dia
Ilumina-me por alguns segundos
Deixa-me encher os pulmões com o cheiro da nostalgia.

O poder do antigo que se revela no novo
A falta de sentir a inocência, a pureza da tenra idade
Tamanha alegria, tamanha beldade
Ser livre e voar nas tuas ondas
Ser diferente e tocar a música dos teus olhos
Tamanho sorriso, tamanha saudade.

Ouve o riso do céu, o abraço da terra
Pois verde é esta inspiração.
Salva o mundo do caos do futuro
Salva a natureza até ao rebento mais puro
Guarda a revolta, substitui o desleixo
Repõe sorrisos, aguarda o desfecho.

Não ambiciones demais, o mundo é de todos
A ganância é pecado, a ambição capricho
A alegria sentimento, a nostalgia... Uma forma de viajar pela tua história.

Olha para as nuvens e sorri. O mundo aguarda a tua vitória.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Fluxo do Poeta

Poeta, que corre o risco
Poeta, que passa a linha de limite
Poeta, que chora palavras e suspira emoções.

É quem segura na mão da tristeza
É quem abraça a morte com beleza
É quem não teme nem a dor, nem a perspectiva de falhar
É quem com um sorriso beija a natureza
Sem medo, querendo amar.

Branca é a inspiração, quando encontrada na noite
Vermelha, quando aparece com a paixão
Azul, com o céu da manhã
Verde, com o cumprimento da Primavera
Negra, quando o poeta é vilão.

Vilão da sua arte, do seu dom
Que mata, destrói, rasga esperanças
Chama pela inspiração, cinzenta e sem vida, e torna-a negra como a morte
Se sorrir, fica ouro, e com sorte
Um brilho multi-colorido passa a fazer sentido.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Fluxo da Miragem

Ouves o canto dos pássaros?
É o aviso.

Reflecte no teu melhor plano
O tempo de tomares uma decisão escasseia
Organiza-te, ordena as ideias, cria uma teia.
Uma teia de estratégias, uma rede de planos perfeitos
Evita os perigos e as regras a que estamos sujeitos
Pega na situação como se de um objecto frágil se tratasse
Leva-o em mãos, com cuidado, com atenção
Mas calma
Ninguém te culpa se o deixares cair ao chão...
Vai em frente, deixa-te ir
Deixa o teu coração rugir!!

Abre os olhos, mostra ao mundo quem és
Ensina-os a compreender-te, a aceitar-te
Chora, grita, bate com as portas
Pensa no que já passou, nas oportunidades mortas
Nas mentiras e nas omissões
Nos segredos, dentro de ti aos trambolhões
Nas tristezas à luz do dia
Nos sorrisos na escuridão da noite.

Ouve o aviso. A natureza canta à tua coragem.

Sorri para mim, pois até no escuro se distingue o real de uma miragem.

domingo, 25 de abril de 2010

Fluxo do Dragão

A febre que te deixa impávido
Que te adormece o corpo, te paralisa a alma
É a morfina da vida, o incessante querer pelo bater do coração
É a ideia de ser maravilhoso, fantástico, um livre dragão
É ser real, ser quem se quer ser.

Mas quem és tu? Não sabes, pois não te encontras
Procuras, ininterruptamente, por ti
Apresentas uma postura que nem tu conheces
De lorde, de dono, de feroz leão,
Juba de pecados, suspiros aguçados
Sentidos prontos, afiados.

Usa a bússola do teu coração
Agarra a chance, não te deixes prender
Caça, persegue, mata o ladrão
Que roubou a tua vontade de viver
Os teus olhos, a tua voz, o teu ser
E te transformou num enjaulado dragão.

sábado, 24 de abril de 2010

Fluxo da Água

Água cristalina que inunda os meus sonhos
Afoga a minha saudade que chama o seu nome
E prende o seu corpo ao mar das tormentas
Onde sem pudor se cometem actos vergonhosos
Como em pesadelos criminosos
Acorrentados a desejos deliciosos
De ambição, de poder, de ansieadade
Perturba a paz, aniquila a saudade
Olha para o mundo, sem idade.

Por baixo da pele, áspera como carvão
Corre sangue de vigarista, de ladrão
Corre o sentimento de capricho, de gula
Correm os pecados e os desejos gananciosos
Que mancham os pensamentos delicados
Mente conspurcada, que envolve e manipula
Sem prazer, só obsessão.

Mata o medo, agarra-me na mão
Vamos voar, mergulhar, nadar, descobrir
O que queres saber, o que posso ser
O que podemos ter.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Fluxo do Fogo

Quero escrever, observar, arder.

São flechas flamejantes; são pecados dos meus antepassados
São torturas incessantes, socorros ignorados
Invejas, agoiros, maldições, maus-olhados.
É o mundo que se revolta e perde a luz
O meu medo e a tua ambição que seduz
A agonia do meu espírito, aprisionado
Consome o poder que há em mim
E sem saber quem sou, onde vou, e com quem estou
Perco o norte do meu ardente caminho.

És a mais poderosa criatura de fogo
Abres caminho com um olhar digno de rei do mundo
Totalmente vazio, qual poço sem fundo
Disfarçado de vadio moribundo
Que cospe, que vomita, que dorme nas esquinas da ignorância
Sem medo, só ganância
De conquistar, de ter, de ganhar poder
Sem saber como o obter
Sem saber se quer ser
Ponderando viver ou morrer
Enquanto me deixas arder.