Observar é aprender sem palavras. Quando te sentas num banco de jardim, aprendes os trajectos dos pássaros, os comportamentos dos animais; observas a vida. Mas é nas pessoas que está a verdadeira aprendizagem. No sorriso que dão ao desconhecido, no olhar que lançam ao menos querido, na falsa simpatia que estendem ao vizinho. Atrás deles, de todos eles, seguem-se as sombras, mas essas não têm trejeitos. Não têm maneirismos, atitudes: imitam o que os seus originais fazem, e imitam-nos com perfeição, até que dás por ti a ver todas as pessoas a transformar-se em sombras umas das outras; e estas não são nada além de sombras de ninguém. Todos sorriem, todos dizem que fazem mas não fazem o que dizem, todos dão um com quinhentos na mão, todos lamentam falsamente ao dar um "Não"; todos o fazem, e poucos são a excepção. Muito falam, mas nada sabem, pois no fim, todos passam, e ninguém sabe de onde vem, nem para onde vai; mas todos caminham para muitos lugares, com a incerteza como destino comum.
domingo, 29 de julho de 2012
sábado, 14 de julho de 2012
Amar.
Sabes que amas quando sentes aquele ardor
Aquela inquietação; um arrepio seguido de um tremor
O sorriso que floresce inocente, como uma linda cor
A euforia das borboletas, sem angústia nem dor
O sorriso que floresce inocente, como uma linda cor
A euforia das borboletas, sem angústia nem dor
Como quando se revoltam com a traição
Quando te prendem num mundo sem perdão
Em que tudo perde o sentido, a conexão
E tu flutuas no abismo, e na sua imensidão
Te afogas lentamente, sem salvação.
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